Um dos tesouros do legado sefardita de La Raya

Estamos no Bairro Gótico, numa das povoações da fronteira hispano-portuguesa, ponto de referência para a cultura e tesouros sefarditas. A poucos passos de si, está a sinagoga, que alberga a memória da comunidade judaica na Península Ibérica.

Já visitou alguma vez uma sinagoga? Alguma vez se questionou porque são construídas de uma forma tão concreta? Entre neste belo edifício e descubra todo o simbolismo e a tradição escondidos nas suas colunas, coberturas e paredes de pedra, bem como milhares de histórias sobre o legado sefardita.

A sua curiosidade ainda precisa de mais? Está com sorte, porque este edifício também alberga o Centro de Identidade da Cultura Sefardita, onde poderá mergulhar na história e nos costumes da cultura sefardita de uma forma muito mais imersiva e interativa através de uma exposição, interessante para todos os públicos.

Venha e descubra alguns dos segredos desta bela cultura sefardita.

A grande riqueza cultural que caracteriza Espanha existe graças a todos os povos que por ela passaram, e a cultura sefardita não seria exceção. A comunidade judaico-espanhola foi expulsa do país em 1492 pelo Édito de Granada. Desta forma, os judeus convertidos que permaneceram nestas terras deixaram a sua marca, existindo muitos vestígios da sua cultura nos espaços que habitaram. Muitas das famílias sefarditas viram-se forçadas a fugir para Portugal. Assim, a sua influência e o seu legado fazem do Tejo Internacional um território onde a marca sefardita continua viva, hoje em dia.

Este edifício foi construído entre os séculos XIV e XV. Uma das ruas do cruzamento onde se encontra esta antiga sinagoga, a Calle Pocito, tem esse nome devido ao poço da Mikve que todas as sinagogas têm para as abluções, purificações rituais de algumas partes do corpo com água.

Tem uma planta quadrangular, seguindo o exemplo das sinagogas sefarditas. Contém quatro colunas centrais que formam um quadrilátero para a disposição da chamada bimah ou plataforma a partir da qual se realiza a leitura da Torá. Acede-se ao atual recinto através de uma porta adintelada e, no interior, encontramos outras duas portas que poderiam ter comunicação com outras divisões que já não existem.

Sabia que…

  • A fronteira entre Espanha e Portugal também se chama “La Raya”.
  • A língua que os judeus falavam chama-se ladino.

  • Os judeus que habitaram a Península Ibérica chamam-se Sefarditas segundo o nome deste reino, “Sefarad”.

  • Uma das causas da expulsão dos judeus de Portugal foram as capitulações matrimoniais do casamento que teve lugar em Valência de Alcântara, o Casamento Real, entre a Infanta Isabel e o Rei Manuel “o Venturoso”.